Líderes partidários de toda a esquerda brasileira e de movimentos sociais de todo o país se reuniram nesta segunda-feira (2) em um ato suprapartidário no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Na pauta, a formação de uma frente ampla na luta unificada para combater o avanço da violência e do fascismo contra a democracia. Na cidade do Rio, cenário do assassinato político de Marielle Franco, milhares de pessoas se reuniram para acompanhar o ato e demonstrar, mais uma vez, que resistirão à escalada do ódio no país.
Ao lado de líderes do PSOL, PCdoB, PDT, PSB e PCO, Lula ressaltou que a unidade deve fortalecer a luta. “A democracia só vai se consolidar quando aprendermos a conviver na adversidade. Isso não é uma seita. É aprender a respeitar a liberdade do outro”, avaliou. “Não pensem que a luta é fácil. E não tem problema que a gente perca uma, mas não podemos perder a disposição de lutar”.
Lula ressaltou que o período em que vivemos tem resultado na perda de direitos constitucionais, o que coloca o futuro do país em risco.”A democracia pra mim não é uma coisa pequena. Não é só dizer que eu tenho o “direito de ir e voltar”. Mas de fato se permitir que ir e volte. A Marielle foi e não voltou”, frisou. “Eu queria dizer que sei o que estamos vivendo e sei o que a gente perdeu. Quero dizer pra mãe da Marielle: sabe qual é o erro daqueles que praticam a violência? Eles acham que matando a carne eles matam as ideias”, declarou.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) apontou que a escalada das agressões contra a esquerda acendem um sinal de alerta e que é preciso fortalecer a resistência contra o fascismo. “Nós não seremos vencidos nem pelo medo, nem pelo ódio. A morte da Marielle ultrapassou qualquer fronteira. Os tiros contra a caravana ultrapassaram qualquer fronteira. Tem uma fronteira decisiva nessa história que separa a barbárie da democracia e a barbárie tem que ser acuada”, afirmou.
Já a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d’Ávila, ressaltou o direito de Lula à um julgamento justo e de disputar as eleições. “Aquilo que nos une é a luta pela liberdade. E nós também temos uma missão de dizer que a luta democrática pela liberdade passa pela liberdade de Lula concorrer”, declarou Manuela.
Eleições de outubro
O ex-presidente ressaltou que sua saga jurídica não é vinculada exclusivamente à liberação de sua candidatura à presidência. “Eu não vim aqui pra defender minha candidatura, vim defender minha inocência, que eles precisam me devolver. Quero que parem de mentir a meu respeito. Digam a verdade. Quero ser julgado com base no mérito do meu processo”, afirmou Lula. “Espero que a Suprema Corte apenas faça Justiça. Não quero benefício pessoal. Mas não aceitei a ditadura militar e não vou aceitar a ditadura do MPF e do Moro”, ressaltou.
Fonte: Site oficial de Lula
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