EM DEFESA DA VERDADEIRA ÉTICA

No dia 11 de junho de 2017, em ato de resistência, as senadoras Fátima Bezerra (PT), Gleise Hoffmann (PT), Vanessa Grazziotin (PCdoB) e Lídice da Mata (PSB) ocuparam a mesa diretora do Senado Federal para impedir a votação que eliminava direitos trabalhistas.

O ato das senadoras tinha o objetivo de tentar abrir o diálogo sobre algumas emendas que a bancada de oposição havia colocado para debate. Uma delas, por exemplo, impediria que as mulheres gestantes e lactantes trabalhassem em locais insalubres. No entanto, nenhuma das emendas foi aceita pela base do governo.

A resposta ao ato se deu em dois momentos: no primeiro, o presidente do Senado mandou desligar os microfones, as luzes, e fechou os acessos ao plenário. No segundo momento da retaliação, foi apresentada, por um grupo de 14 senadores (incluindo o senador Garibaldi Alves), uma representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal contra as senadoras. A representação afirma que a atitude das senadoras atentou contra a democracia.

Não por acaso, esse mesmo grupo de parlamentares faz parte dos que tiraram uma presidenta eleita democraticamente pelo voto; estão retirando direitos das trabalhadoras e trabalhadores; e agora tentam intimidar a ação de senadoras também eleitas democraticamente pelo povo.

Essa aliança conservadora que inclui setores do parlamento, do Judiciário, além do Governo Federal, pretende em pouco tempo acabar com todas as conquistas dos Governos Lula e Dilma, além de impedir, via Judiciário, a candidatura do ex-presidente Lula, condenando-o por um crime que não cometeu. Essa mesma aliança faz representação na Comissão de Ética para retaliar um ato de resistência.

As atitudes tomadas pelas senadoras foram a única alternativa para tentar reduzir os danos de uma votação que representa um enorme retrocesso nos direitos trabalhistas em nosso país. Qualquer retaliação significa mais um avanço ao estado de exceção que vivemos em nosso país.

A única certeza é que não deixaremos as senadoras sozinhas! A bravura dessas mulheres entrará na História e nós estaremos nas ruas defendendo quem lutou pela classe trabalhadora brasileira.

Natália Bonavides

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