Na campanha eleitoral de 2018 foi determinado, pelo sistema de justiça, a retirada de faixas de Universidades que continham dizeres contra o fascismo. Parece que era um anúncio do que estava por vir, pois um neofascista venceu as eleições presidenciais e implanta no Brasil um projeto antidemocrático e genocida, que se aprofunda em tempos de pandemia. As consequências da ascensão desse projeto autoritário vêm se materializando em diversas situações, como o aumento da violência no campo, da violência contra as mulheres, LGBT’s, população negra, e a perseguição contra os movimentos sociais.
No dia 19 de abril de 2020, diante da iminência de uma situação de aglomeração social, proibida por decreto estadual e fortemente não-recomendada pela Organização Mundial da Saúde, o movimento dos policiais antifascistas em Natal/RN manifestou-se no sentido de atuar para garantir que as recomendações mundiais de saúde fossem cumpridas no nosso estado e essa atuação deu ensejo a determinação, por um promotor de justiça, de abertura de um inquérito policial contra o movimento e seus integrantes. Chama atenção que a aglomeração de pessoas de fato aconteceu, e sobre isto o Ministério Público está, até o presente momento, em silêncio, mesmo diante do fato de ter contrariado recomendação do próprio Ministério Público.
Acompanhamos manifestações democráticas em Natal há muitos anos e em muitas situações recorremos ao Judiciário para tentar garanti-las. Nunca se viu uma autoridade do sistema de justiça agir espontaneamente em defesa da garantia dessas manifestações, nem na época em que as aglomerações eram saudáveis, não eram fator de transmissão de um vírus mortal.
Expressamos nossa solidariedade ao movimento dos policiais antifascistas, organização fundamental para a democracia no Brasil e no Rio Grande do Norte, especialmente em tempos de avanço fascista.
Mandato Natália Bonavides – deputada federal (PT/RN)
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