Na sessão de hoje da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a disseminação de Fake News, o depoente foi Lindolfo Antônio Alves Neto, um dos proprietários da Yacows, empresa de mídias digitais contratada na eleição de 2018 para disparos de mensagens.
Vários parlamentares questionaram o investigado sobre o conhecimento das mensagens enviadas durante a campanha, entre eles, a deputada federal Natália Bonavides (PT RN), que além de questionar Lindolfo, apresentou slides que mostraram mensagens falsas contra o então candidato do PT, Fernando Haddad.
“Expusemos uma fake news difundida pela campanha de Bolsonaro. O dono da Yacows reconhece que a foto é da sua empresa, mas diz desconhecer a mensagem presente na foto. Que o sistema do depoente foi utilizado pela campanha para disseminar fake news está posto, foi apresentado nas imagens que mostramos”, declarou a deputada Natália Bonavides.
As respostas do investigado não foram conclusivas, pois ele disse que as mensagens enviadas pela empresa AM4, contratada por Bolsonaro durante a Campanha, não passaram pela análise feita nas demais empresas. Natália destacou que vai produzir um requerimento solicitando o material que já foi analisado pela Yacows e ainda questionou sobre o contratante do disparo das mensagens apresentadas por ela, e o investigado continuou afirmando desconhecer.
“Quem contratou o envio de mensagens como as que estavam na imagem contendo fake news contra Haddad? O senhor afirma que não disseminou fake news e ao mesmo tempo diz não conhecer o conteúdo das mensagens. Ou o senhor conhece ou desconhece, as duas coisas não são possíveis”, Natália Bonavides (PT/RN).
Em seu depoimento na semana passada, Hans River, ex-funcionário da Yacows, garantiu que o conteúdo das mensagens era passado por Lindolfo Alves. Hoje, Lindolfo Alves disse que não participava do processo, mas garantiu não disseminar notícias falsas. Durante a oitiva, o investigado reconheceu que a AM4 esteve presente no acordo trabalhista entre a Yacows e Hans, como também que na foto apresentada consta mensagem com fake news sobre a Odebrecht. O depoimento do investigado será considerado pela relatora, Lídice da Mata (PSB-BA).
Foto: Lula Marques
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